Clima no PSL nacional não ameniza, ofensiva agora mira a expulsão de Eduardo Bolsonaro

A guerra interna no PSL nacional parecia ganhar uma trégua com a viagem do presidente Jair Bolsonaro ao exterior, mas uma reviravolta nesta madrugada deve ganhar os holofotes da imprensa nacional novamente. Às 2h da manhã o Folha de S. Paulo veiculou que a ex-líder no Congresso, Joice Hasselmann e o líder do PSL no Senado Major Olimpio, oficializaram o pedido de expulsão do filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, recém-nomeado líder da legenda na Câmara.

A representação é assinada além do líder do PSL no Senado, pelos deputados da bancada paulista do partido Abou Anni, Coronel Tadeu, Joice Hasselmann e Júnior Bozzella. No documento, os aliados de Bivar também pedem que, de imediato, seja destituída a Direção Estadual do partido em São Paulo, hoje sob o comando de Eduardo.

A ofensiva contra o filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), ocorre no momento em que a disputa interna no PSL ultrapassa a esfera partidária, e as duas alas partem para uma ofensiva na Justiça.

O pano de fundo é a tentativa de controle da legenda e de seu fundo partidário —que no fim de 2019 pode chegar a R$ 110 milhões.

De acordo com o trâmite do processo, o filho de Bolsonaro tem o prazo de cinco dias para apresentar sua defesa, “sob pena de confissão e revelia, considerando-se verdadeiros os fatos”.

O documento indica que a disputa de poder com a família Bolsonaro ocorre há mais de um ano.

O grupo alinhado a Bivar acusa Eduardo de abuso de poder, ao “colocar seus interesses pessoais à frente dos interesses do partido”.

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Segundo os congressistas, o deputado tem atuado de forma antidemocrática à frente da sigla em São Paulo, para “desmontar o partido no estado”.

Eles dizem que Eduardo derrubou de “maneira ilegal” mais de 200 diretórios definitivos e comissões executivas municipais em todo o território paulista.

O documento elenca uma série de casos que aconteceram desde o ano passado em diversas cidades paulistas e que já foram levados oficialmente à Direção Nacional do PSL, como Avaré, São José do Rio Preto e Araraquara.

As reclamações, segundo a petição, partiram de filiados que estão no PSL antes da chegada do “clã Bolsonaro” e “que defendem há tempos os ideais do partido”.

“O representado Eduardo Bolsonaro já deu diversas declarações públicas à imprensa de que está montando o partido com o seu grupo”, diz a representação.

“Os princípios partidários têm muito maior importância do que quaisquer das demais normas previstas no estatuto do PSL. Dentre esses princípios estão: a unidade partidária, a proteção da imagem do partido e o respeito que deve existir entre seus membros.”

 

*(Com informações do Folha de S. Paulo)