Ex-presidente que causou rombo de R$ 58 milhões no PreviPalmas alega desconhecimento técnico

Em sessão da Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) do PreviPalmas ocorrida na tarde desta terça-feira, 21, o ex-presidente do órgão, Maxilane Fleury, alegou desconhecimento técnico dos documentos que assinou e que causaram o rombo de R$ 58 milhões na previdência dos servidores municipais da Capital.

Presidida pelo vereador Milton Neris (PP), a CPI durou cerca de quatro horas e a maior parte das perguntas feitas pelos parlamentares ao Fleury ficou sem respostas claras. Além de alegar desconhecimento de como gerir um instituto de previdência, ele afirmou que confiava no julgamento de corpos técnicos em relação aos investimentos de alto risco e que os documentos apenas “chegavam a seu gabinete e ele assinava”.

Entre os documentos assinados estão três cheques em branco. A avaliação do presidente da CPI em relação ao interrogatório de Fleury é negativa. Milton Neris diz que as palavras do ex-presidente do Instituto pouco acrescentam nas investigações. “Quem tinha a responsabilidade e o compromisso de zelar pelos mais de R$ 600 milhões da previdência dos servidores diz que não tinha poder e nem conhecimento técnico para entender como funcionava.

A Comissão fica triste em saber que, num lugar tão importante tem pessoas que, ou acha que somos bobos, ou simplesmente não tinha responsabilidade nenhuma sobre aquilo que estava fazendo”, observa.

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Denúncia

A reportagem tentou contato com o ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, mas as ligações não foram atendidas.

Mesmo sem acrescentar nas investigações, o presidente da CPI garantiu que até dia 06 de julho, quando acaba o prazo para apresentação do que foi levantado pela comissão, será entregue um relatório aos Ministérios Público Estadual e Federal e às Polícias Civil e Federal. “Os documentos que temos já demonstra claramente o que aconteceu. Temos evitado falar para não comprometer a investigação, mas o relatório comprovará o que fizeram numa organização que se instalou e deu esse prejuízo aos servidores”, garante Neris.

Para o presidente da Comissão, o depoimento de Max Fleury comprova o que já se sabia. “Não só um, mas várias pessoas participaram do esquema para que essa engenharia pudesse acontecer”, observou, garantindo que será solicitado judicialmente o bloqueio de bens de todos os envolvidos a fim de recuperar o dinheiro dos servidores.

Questionado sobre o fato de o Executivo Municipal nomear uma pessoa que se classificou despreparada para o cargo de presidente do PreviPalmas, Neris sugeriu que “o prefeito da época [Carlos Amastha] também não tinha responsabilidade com os R$ 600 mi dos servidores”, e finaliza: “se fosse R$ 58 milhões deles, jamais deixariam colocar nas mãos de quem não tem responsabilidade ou aplicar em coisas que vão dar prejuízo. Fizeram graça com o chapéu alheio”.