Saída do ministro Luiz Henrique Mandetta é tida como certa após pedido de demissão do Secretário de Vigilância em Saúde

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, pediu demissão na manhã desta quarta-feira (15). A informação foi divulgada em nota oficial do ministério.

A saída de Wanderson ocorre em meio à pandemia de coronavírus. Ele é um dos principais homens de confiança do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Wanderson vinha sendo uma das autoridades do ministério que mais participavam das ações da pasta sobre o enfrentamento ao vírus e estava presente em boa parte das entrevistas coletivas da pasta sobre o tema.

Depois do anúncio do pedido de demissão do secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, a avaliação dentro do governo é que está praticamente definida a saída do chefe dele, o ministro Luiz Henrique Mandetta.

Por isso, a ala moderada do governo, integrada por ministros militares e civis, trabalha para que, se confirmada a demissão de Mandetta, o substituto seja um nome técnico.

Na avaliação de integrantes dessa ala, Mandetta ficou em situação insustentável na Esplanada dos Ministérios depois de ter cobrado do presidente Jair Bolsonaro, em entrevista ao Fantástico, uma unificação no discurso do governo, sob o argumento de que a população não sabe se escuta o presidente ou o ministro da Saúde – Mandetta defende um isolamento social amplo; Bolsonaro discorda e quer a retomada da atividade econômica.

As articulações de bastidores eram para que Mandetta não saísse agora, mas apenas depois que o trabalho de combate ao coronavírus já estivesse bem encaminhado.

O presidente Jair Bolsonaro, do seu lado, preferia antecipar todo o processo de saída do ministro da Saúde, mas gostaria que ele pedisse demissão, algo que Mandetta tem dito que não fará.

Nesta quarta-feira (15), com o anúncio do pedido de demissão de Wanderson de Oliveira, que Mandetta tenta segurar pelo menos até que saia também, a avaliação dentro do Palácio do Planalto é que a troca de guarda no Ministério da Saúde pode ser precipitada.

A ala moderada defende um nome técnico, que mantenha a política de isolamento social, mas que comece a trabalhar com medidas futuras para a flexibilização do distanciamento social.

O nome preferido é o do secretário-executivo, João Gabbardo, defensor da estratégia atual e homem de confiança de Mandetta, mas que tem bom relacionamento com o ex-ministro Osmar Terra, com quem já trabalhou e que é próximo do presidente.

A ala ideológica do governo, por outro lado, trabalha para a indicação de um nome que já comece a adotar uma estratégia de saída da política de isolamento social.

É a posição que agrada mais ao presidente. Mas Bolsonaro está sendo aconselhado por sua equipe mais próxima a não tomar esse caminho, devido ao risco de descontrole da epidemia de coronavírus.

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*Com informações do G1