Única base do Ibama ativa no interior do Amazonas será fechada

Foi anunciado pelo governo federal na última quinta-feira (29) que a unidade do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambientes e Recursos Naturais Renováveis) em Paritins (AM) será fechada até novembro. A base em Paritins é a única ativa no interior do Amazonas.

Ao portal G1, o superintendente substituto do Ibama, Leslie Tavares, alega que a decisão não interfere na fiscalização de crimes ambientais, principal função do órgão. Isso porque foi firmado um Termo de Cooperação Técnica com o Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), que vai permitir um sistema de “controle integrado”.

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A partir do momento em que não tiver mais estrutura física própria no interior do Amazonas, o Ibama poderá usar os centros multifuncionais do Ipaam quando “tiver necessidade”. O superintendente defende que a mudança é estratégica:

“Vimos que a estratégia antiga era custosa. Tem que pagar energia, internet, faxineira. Com a estrutura física do Ipaam, se não tiver necessidade de usar, a gente não usa. Se precisa, se usa. Mudamos por economia – economia e estratégia”, afirma Tavares.

Duas outras unidades do Ibama no interior do Amazonas foram desativadas nos últimos anos. A de Humaitá foi fechada em 2017, depois do ataque de criminosos que destruíram o escritório e os veículos utilizados para a fiscalização ambiental no município.

O servidor da cidade atua em uma sala do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Recentemente, foi instalada em Humaitá uma das bases da operação “Kuruquetê”, ação integrada dos órgãos municipais, estaduais e federais que visa monitorar e combater os focos de queimada no Amazonas.

Em 2018, foi desativada a base do Ibama em Tabatinga, cidade que faz fronteira com a Colômbia. Leslie Tavares defende que, em áreas de conflito, tecnologias de monitoramento funcionam melhor que a presença de servidores do órgão.

“Hoje em dia, as estratégias de ação, o uso de inteligência e uso de tecnologias de monitoramento dão mais resultado do que manter agentes lotados em municípios conflituosos. Manter servidores nessa situação inibe suas atuações. Em muitas vezes, [os agentes] vivem sob intimidação”, avalia.