Propina bancou eleição da Mesa e votação do orçamento em Augustinópolis

Relatório da Polícia Civil na Operação Perfídia, que apura o pagamento de “mesadinhas” a pelo menos dez vereadores de Augustinópolis, aponta que parte do repasse mensal feito pelo vereador Antônio Silva Feitosa, o Toin, pode ter sido usado numa tentativa dele para conquistar votos para se eleger presidente da Câmara Municipal.

A prática, segundo os policiais, foi revelada pelo presidente Cícero Moutinho (PR), único que não teve mandado de prisão expedido contra si nesta sexta-feira, 25.

Segundo os diálogos, os vereadores usavam expressões como “documento do prefeito” e reclamavam da ausência de pagamento afirmando que estavam precisando “daquilo”. Em outro trecho, na data da “mesadinha”, dia 26 de dezembro, há diversas ligações entre os vereadores Antônio Queiroz, Wagner Uchôa e Ozeas Gomes revelando que estavam com as “encomendas” para entregar.

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Aos 45 do segundo tempo

Segundo a investigação, a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) ainda no ano passado também envolveu o pagamento de “vantagens indevidas”, além da “mesadinha” mensal. Relatório da Polícia mostra que o secretário de Administração, Paulo Esse da Silva Ramos, avisando ao prefeito Júlio Silveira para preparar um pagamento extra para a aprovação do orçamento. Ramos estaria “sentindo que nós vamos ter que pagar uma extra aqui”. O prefeito, segundo os investigadores, questiona a necessidade de aprovação da lei ainda em 2018.

A Polícia concluiu que só houve a sessão que aprovou o orçamento no último dia do ano, entre 8 e 12 horas, não por “discussões em relação ao projeto de lei”, mas porque os envolvidos no esquema aguardavam a definição do pagamento.