Alef, um rio sem direção, uma voz que revela as melhores qualidades de Dianópolis

Alef Dias é um intérprete dianopolino, estudante do curso de engenharia agronômica do Instituto Federal, o músico divide seu tempo entre as apresentações em eventos e a dedicação na formação acadêmica.

O artista é um grande admirador de cantores como Zé Ramalho e Belchior, mas também é apaixonado por cantores sertanejos que fizeram a diferença na vertente, hoje conhecidos ou rotulados com precursores da “música sertaneja de raiz”, Alef é um artista completo sendo também compositor e suas letras seguem vertentes tanto de crítica social quanto de baladas românticas. Seu pai foi um conhecido músico na região, Lucinei dos Teclados, que faleceu no ano de 2012, até este ano Alef Dias não tocava violão, mas já se apresentava tocando “tantan” em um grupo de pagode do colégio com os amigos Wattson, Gustavo e Henrique, quando, segundo o artista “começou a arriscar a cantar”, neste mesmo ano ganharam um concurso da Feira Literária Internacional do Tocantins (FLIT) quando foram disputar em Palmas e assumiu o vocal pela primeira vez. A partir daí, passou a se apresentar nos bares da região com estilo mais voltado para o pagode, inclusive fazendo roupagens próprias do sertanejo para a vertente carioca que ganhou o Brasil.

Alef aprendeu a tocar violão também no ano de 2012, mais precisamente em setembro por incentivo de seu amigo Wattson, que o ensinou com três notas, revelou em entrevista sorrindo onde disse: “Na verdade aprendi com duas notas musicais, ré e dó, a outra era uma batida”. “A primeira música que aprendi foi Paixão Proibida de Teodoro e Sampaio” enfatiza e não deixa de lembrar que sempre que surgia um concurso no colégio, fazia questão de participar. “Não lembro de ter perdido um” disse em tom de muita felicidade. No festival de 2015 do Sebrae, CANTA, CANTA MINHA GENTE, Alef e Gustavo levaram o primeiro lugar. Seu segundo violão foi pago por sua arte, o cantor disse que nunca tinha tocado sozinho, “Um dia meu tio, que tinha montado o escritório bar no Novo Horizonte, me fez uma proposta – toca lá no bar, você está aprendendo, toca lá, que eu compro um violão e você vai pagando com as apresentações – assim eu tive meu segundo violão”. Depois disso surgiram vários convites, na rádio Princesa FM foi onde se apresentou na mídia aberta pela primeira vez no dia da mães e fixou-se como residente no “boteco chega choro”, fez questão de lembrar.

Recentemente Alef foi convidado para tocar na Bahia em Luís Eduardo Magalhães, onde gravou com o DJ Augusto Ramos o hit “rei delas” que será lançada nas plataformas digitais no próximo dia 22.

“Hoje faço dupla com o Gustavo e sou muito grato por isso, temos tido muitas oportunidades de nos apresentar na região, mostrado como os filhos de Dianópolis se dedicam na conquista dos seus objetivos e sonhos, tocamos de tudo, nossa marca é transmitir emoção”, destaca. Neste ano, Alef Dias foi vencedor de um concurso onde se apresentou interpretando uma música em espanhol. “O artista tem que estar preparado, tem que aprender de tudo” disse e completou “aqui na região é difícil viver da própria arte, os ensaios são difíceis devido ao trabalho dos demais músicos, os horários nunca batem mas fazemos o possível, outra grande dificuldade é o reconhecimento, não temos um grande mercado, quando nos procuram os valores de cachês são absurdamente baixos, são vários os cantores que se mudaram por conta disso, Dinho por exemplo, que é um grande cantor, tem sido reconhecido no mercado do show business de Palmas, por aqui vamos levando, vivendo e alimentado um sonho” completou Alef na entrevista.

Nascido em 19 de setembro de 1995, Alef é um sonhador que desde os 17 anos se dedica na arte que pratica. O cantor enfatiza e reconhece sua mãe, Margarete Dias, como maior incentivadora, inspiração e esteio.

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Foi ainda backing vocal do grupo Groove Ousadia, banda de pagode com estilo baiano, onde pode se apresentar no trio-elétrico em um dos carnavais dianopolinos. Neste ano, fazendo dupla com Gustavo se apresentou no maior bloco carnavalesco da cidade e lançaram a música autoral “eu vou fazer o quê? Eu vou matar, não vou” além de comandarem o palco do carnaval público que foi realizado pela princesa fm.

NOSSA CRÍTICA ARTÍSTICA (lembrado que, crítica de arte em sentido estrito, é a noção de crítica que diz respeito a análises e juízos de valor emitidos sobre o ramo que, no limite, reconhecem e definem os produtos e gostos, não sendo exclusivamente algo negativo).

Pompéia da idade média com sua força ou Florença de Da Vinci, berço da cultura do mundo muito provavelmente aplaudiram Dianópolis de pé com seus artistas. Faremos uma série de matérias sobre essa potência, mas nesta pauta o destaque é para o filho das dianas, de voz e escrita incrivelmente incomparáveis.

Um artista quase sempre é lembrado por sua obra após sua morte, mas aqui quero cumprir em vida a missão de homenagear justamente quem divide sua alma com quem o assiste. Alef tem o dom de perder o ar para completar com maestria a interpretação de uma canção, mas este detalhe não é o seu melhor ou o que o destaca, ele também tira o ar do público que se pergunta, como aquilo é possível?

Um dos principais objetivos de todo artista é impressionar e emocionar o seu público, em Dianópolis nós temos um compositor, instrumentista, intérprete que vai muito além de qualquer outro que ousa se colocar diante de uma plateia, Alef é um artista encantador de almas.

Permeando pelos mais diversos estilos da música brasileira, com roupagem própria se torna um interprete singular e inédito. Acima de tudo, Alef é um jovem que luta para ver reconhecido o seu dom, o seu esforço e reforça na sua lida o melhor que temos em Dianópolis!