As pedras de Eduardo Siqueira

Ontem, no primeiro dia de fevereiro, o deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (DEM), prestou novo depoimento na sede da Polícia Federal em Palmas. O democrata afirmou que mais uma vez está com a consciência tranquila, colaborando e respondendo à todas as perguntas feitas pela PF. O parlamentar poderia usar seu direito constitucional (que todo cidadão possui) de permanecer em silêncio, contudo declinou, respondendo integralmente o que lhe fora solicitado.

Há cerca de 20 dias um relatório da própria Polícia Federal que investigou o deputado por 15 meses concluiu que Eduardo não tem qualquer participação ou indícios de envolvimento com o caso investigado, desta forma não será indiciado por falta de provas.

Eduardo Siqueira Campos disse respeitar o sério trabalho da Polícia Federal brasileira, e fez um relato do início desta operação;

[sic] “Vocês hão de se lembrar que esta operação começou com uma visita em minha casa, com minha condução até uma delegacia da Polícia Federal, isto não me diminui a honra, naquele momento eu disse:  – Aguardem, não me julguem antes dos procedimentos e de acabar o processo. Depois de 1 ano e 3 meses eu comuniquei que terei de volta os meus celulares, os meus computadores (…) meu nome não consta da lista de indiciados. Afirmou.

Eduardo Siqueira Campos é um político conhecido em todo o estado, sua vida aliás se confunde e está inteiramente ligada à criação do estado do Tocantins, homem experiente que já viu a dor de maneira trágica, poderia perder o sentido do ato de ser político e da sua própria forma de ser, não fosse a força da fé que tem e que expressa tão fortemente, a força de Eduardo está ligada diretamente com esta terra e seu povo. Eduardo sai fortalecido de mais uma batalha, é preciso lembrar que não foram poucos os que usaram este fato para lhe render chacotas na tentativa de diminuir seu histórico, sua atuação e sua posição política, como se isso fosse possível.

O campo da política possui jogadores que quase nunca jogam limpo, aliás, no Tocantins há uma ala que atua no submundo e, com o advento das redes sociais nunca se viu tanta notícia falsa, tanta gente ocupada em destruir ou espezinhar o outro, são os famosos “fakes” que ganharam espaço. Vejo tanta gente sabida comprovando a máxima de que inteligência e caráter não andam exatamente de mãos dadas. O caso de Eduardo Siqueira na operação Ápia é um exemplo disso entre tantos outros que diariamente surgem, indicando que, no ano eleitoral que teremos, não deverá parar por aí.

O deputado, frise-se, é humano, falível, que possui ideias do que leu, do que viveu, arrependimentos e glórias, contudo, pode ter falhado em situações pessoais, pode já ter feito escolhas que depois se arrependeu, mas em relação a esta investigação, comprova que sai limpo, pela porta da frente na delegacia da PF, sem se esquivar e de cabeça erguida.

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O histórico de Eduardo tem sido de pedras e flores como no poema de Cora Coralina. Cora viveu de felicidade e de tristeza. Não buscou o lado mais fácil da vida, mas conseguiu compreender que, mesmo sem facilidade alguma, era possível encontrar a tal poesia no cotidiano da dor. Não há poesia sem dor. A vida nasce da dor. O amor mais amado surge depois de uma dor prolongada. E Eduardo sabe disso, talvez se doe tanto aos outros após compreender isso. Os que o acompanham, mesmo nas redes sociais, sabem exatamente do que estou falando.

Difícil nos dias de hoje escrever algo assim de algum político, mas este é o Eduardo do Tocantins. Filho do velho Siqueira, do bom e honrado velho.

Finaliza-se com vitória mais uma batalha do deputado, como ele mesmo disse, “Não digo que é com alegria (ser inocentado na operação) apenas com a consciência tranquila”.

É isso Eduardo, quebrando pedras e plantando flores.

Haja o que houver,

Stephson Kim

Editor