Ronaldo Dimas pode jogar a toalha a qualquer momento; Uma leitura “simpática” do cenário político

A semana caminha para finalizar com uma forte baixa do Partido da República no Tocantins, fontes palacianas (que já deram como certa o enfraquecimento de Carlos Amastha do PSB após o episódio do IPTU) e articuladores do grupo pró-Amastha agora afirmam que é certa a desistência do prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas como pré-candidato ao governo do estado.

Ouvindo diversos colegas ligados aos mais diferentes grupos políticos, a conversa é apenas uma: Ronaldo Dimas não conseguiu reunir condições favoráveis para disputar as eleições deste ano. O prefeito que tem uma excelente avaliação em Araguaína é um político de resultados, mas segundo fontes, Dimas que é pouco conhecido na região sudeste e central do estado também não ficou feliz ao iniciar suas andanças e ao receber líderes para possíveis alianças que absolutamente iniciavam a conversa partindo da capacidade financeira do republicano em bancar candidaturas proporcionais de seus apoiadores. Fontes mais próximas do prefeito de Araguaína dizem que Ronaldo não está acostumado com esse tipo de “assédio financeiro” e este fator o teria deixado indignado. Dimas estaria ainda sentindo uma falta de apoio e insegurança do seu partido em manter apoio à sua pré-candidatura.

Entre todos os grupos políticos, os articuladores são incrivelmente unânimes, Dimas já é considerado carta fora do baralho na sucessão de Marcelo Miranda que vai a reeleição.

Mas o Partido da República ainda está no tabuleiro e com importantes peças no jogo. Esta semana, encontrei alguns amigos do interior que estavam em Palmas justamente para reuniões dos desenhos políticos de seus respectivos grupos. Afirmei diversas vezes que, até que se chancele candidaturas nas convenções, todos os burburinhos não passam de conjecturas, tudo pode acontecer e, no caso de Ronaldo Dimas, inclusive nada.

O Partido da República tem o senador Vicentinho Alves campeão em emendas parlamentares, seu grupo está unido em praticamente todas as 139 cidades do Tocantins, seus aliados dizem que o senador ainda possui o apoio e fidelidade de mais de 100 prefeitos e mais uma centena de ex-prefeitos. Mas uma pulga atrás da orelha não deixa folga, sem um cabeça de chapa, em que águas poderá navegar Vicentinho Alves e seu Partido da República?

POLARIZAÇÃO PARA O SENADO

Tendo duas vagas na eleições deste ano para o senado, os nomes mais cogitados são do ex-governador Siqueira Campos (que muitos falam ter uma cadeira cativa), do próprio Vicentinho Alves, do ex-deputado federal Eduardo Gomes (vice-presidente nacional do Solidariedade), do atual deputado federal César Halum (que deverá sair pelo grupo de Amastha). Estes quatro nomes devem polarizar a disputa para o senado, posto que são os personagens com mais força política e com condições de bancar uma disputa desse nível. Partidos também devem sacrificar alguns nomes nessa corrida como é o caso de Alan Barbiero (PSB) já confirmado como pré-candidato de seu partido, mas que, diante deste quadro poderá ser o boi de piranha de seu grupo, sem muitas novidades. Mas numa possível reviravolta é cotadíssimo para ser suplente em uma inédita aliança política de fazer ranger os dentes, mas esse papo é mais comum na ala dos que adoram uma teoria de conspiração política.

Desenhado este fator, outra pulga atrás da orelha deixa uma dúvida; como fará o governador Marcelo Miranda diante do enorme vácuo de lideranças no seu palanque? Quem serão os seus dois nomes para o senado e que reúnam características suficientes para serem eleitos?

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E Kátia Abreu? Conseguirá forçar o PT de Paulo Mourão para sua campanha? Nos bastidores comenta-se que a senadora trabalha para que Mourão seja um dos candidatos ao senado na sua chapa, se os planos da senadora derem certo, e caso ela mesmo se eleja, isso deixaria o Partido dos Trabalhadores com dois senadores pelo Tocantins, fato extraordinariamente novo no estado, já que o suplente de Kátia é o combatente Donizeti Nogueira.

Feitas as contas e noves fora, sobram os grupos do senador Ataídes (ainda muito apagado), do ex-juiz Marlon Reis e do já anunciado pré-candidato ao governo e atual presidente da Assembleia Legislativa Mauro Carlesse, este último pode ser o fator de grande surpresa nestas eleições, o lançamento de sua candidatura em Gurupi teve a força de 12 deputados estaduais e uma centena de líderes do estado, Carlesse não é mais uma incógnita, pelos grandes grupos é mais chamado de “pedra no sapato” e poderá com muitas chances levar a disputa do governo para o segundo turno, mesmo não estando nele, isto por uma matemática simples e que vem lá de Nicolau Maquiavel e ensina dividir para conquistar.

O fato caros leitores é que, o Tocantins está irreconhecível. Há uma mutação histórica em andamento. Num cenário político que está órfão de lideranças capazes de suprir anseios populares, isto posto que a nossa educação de alma ibérica não entende o que é interesse público. No Tocantins parece não existir de fato a ideia de “bem comum”. Na tradição lusitana, somos personagens individuais que se julgam mais importantes que a sociedade. Aqui, o Estado existe para ser predado por indivíduos e não para dirigir a vida social.

Mudaremos isso?

Marcelo Miranda, Carlos Amastha, Kátia Abreu, Mauro Carlesse, Marlon Reis, Ataídes de Oliveira continuam no Big Brother tocantinense.

Haja o que houver,

Stephson Kim

editor