Região das Serras Gerais se destaca como o novo destino ecoturístico do Tocantins

A diversidade natural do Tocantins está fazendo surgir novos destinos ecoturísticos no Estado. Associado com as políticas de divulgação, capacitação e ordenamento da atividade turística, o potencial turístico tocantinense é composto de uma rica biodiversidade, confluência de biomas e paisagens que inspiram a produção audiovisual de filmes, reality shows, documentários e novelas.

Além das belíssimas praias de água doce, da riqueza natural da Ilha do Bananal e dos encantos e mistérios do Jalapão, um novo roteiro turístico começa a ganhar forma no Estado. Os atrativos, inclusive foram a grande sensação na 45ª ABAV Expo Internacional de Turismo & 48º Encontro Comercial Braztoa, realizada em São Paulo (SP) no início do mês. Composta de rios de águas caudalosas, cachoeiras, lagoas, cânions, cavernas, mirantes e vales, as Serras Gerais estão despertando o interesse do turista que já foi ou ainda não conheceu a região do Jalapão, considerado o principal destino turístico tocantinense. Localizados a cerca de 360 quilômetros de Palmas, os municípios de Dianópolis, Rio da Conceição e Novo Jardim estão ganhando destaque e integram os novos roteiros de ecoturismo propostos pelo programa de incentivo ao turismo, implementado em dez cidades do sudeste tocantinenses.

Contando com uma infraestrutura pronta para receber turistas, a pequena cidade de Rio da Conceição, com pouco mais de dois mil habitantes possui restaurantes, uma pousada, uma residência adaptada para funcionar como hostel, além de área de camping, bares e um grande balneário público no meio da cidade. De clima ameno e moradores amáveis e gentis, a cidade está despertando para esta que pode ser a sua mais importante fonte de geração de renda: o ecoturismo.

Encantamento

Para os amantes da adrenalina e de atrações de lazer com intensidade moderada, a grande pedida é um trecking aquático conhecido como 17 travessias. De acordo com o empresário Hiro Isogai, idealizador do percurso e proprietário do local onde se realiza a atividade, o trajeto, percorrido num tempo de três horas é diversão garantida para todas as idades. “Tudo é pensado para promover a segurança e a satisfação do visitante. Trabalhamos com condutores capacitados para resultar no conforto e encantamento dos nossos turistas”, afirmou. E bota encantamento nisso. Mesmo com uma difícil escalada logo nos primeiros minutos da trilha, o deslumbramento da paisagem é percebido nos primeiros minutos.

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São piscinas naturais de água potável adornadas por uma vasta vegetação de cerrado nativo preservados. Ainda segundo Hiro Isogai, que também possui uma empresa de receptivo turístico responsável por conduzir turistas a diversos outros atrativos num roteiro integrado que abrange as cidades tocantinenses de Dianópolis, Rio da Conceição, Almas e Novo Jardim, a paisagem das Serras Gerais se assemelha às do Jalapão. “O bom daqui é o acesso que em grande parte se dá por rodovias pavimentadas, além do sistema integrado de profissionais que atuam no turismo local. Para o futuro, nossa proposta é realizar um sistema de voucher único onde o turista paga por um circuito fechado de atrações”, ressaltou. De acordo com o empresário, todos os passeios são realizados por profissionais habilitados contando inclusive com o pagamento de uma taxa de seguro caso aconteça alguma adversidade ao turista.

Quem também aproveitou as potencialidades da região foi o pedagogo José Neto Soares da Silva, que investiu cerca de R$ 5 mil numa atração de bóia cross pelo rio Manuel Alves de acordo com o empresário,cada turista gasta em média cerca de R$ 60,00 num percurso de uma hora  para descer as corredeiras do rio com intensidades leves e moderadas (nível 1 e 2). “Quando criança tinha o costume de descer o rio com amigos em cima de boias e de pranchas de buriti. Com o tempo o que era uma diversão se transformou numa fonte de renda que também utiliza a mão de obra local”, afirmou.

Finalizando o trajeto, a boa pedida é comer no restaurante Quintal da Serra, localizado às margens das corredeiras do Manuel Alves. Segundo a empresária Francisca Eliene Alves de Lima, que montou um restaurante há quase um ano na cidade, o potencial turístico da região tem aumentado gradativamente. Com uma decoração rústica e agradável, ela alterou o ambiente para proporcionar conforto e sustentabilidade para o seu empreendimento. “Morei oito anos fora do País e quando retornei buscava tranquilidade e uma fonte de renda. Então busquei capacitações e resolvi investir na região. Estou muito satisfeita”, afirmou.

Lagoas e Cavernas

Para quem deseja tranquilidade, a Lagoa da Serra é o destino certo. Distante cerca de 18 quilômetros de Rio da Conceição, o atrativo está inserido numa propriedade privada, onde o turista paga uma taxa de R$ 15,00 pela visitação. Moradora de Dianópolis há quatro anos, a professora universitária Fábia Silva de Oliveira Lima ficou encantada com a vista da lagoa, adornada pelas serras gerais e vegetação de vereda. “Mesmo com a distância e o acesso um pouco dificultado pela estrada de chão, a paisagem é maravilhosa. Tudo é muito lindo”, afirmou.

Além do deslumbrante cenário de montanhas que adornam centenas de quilômetros, a região ainda conta com mirantes e formações rochosas, paredões com inscrições rupestre e dezenas de cavernas. Em Novo Jardim, município distante a 385 quilômetros de Palmas, a Caverna Imperial é uma boa pedida para quem deseja visualizar as figuras desenhadas nas rochas que sugerem os modos de vida dos povos primitivos que habitaram a região a centenas e milhares de anos. Para o condutor Santiago Fernandes Carvalho, existem cerca de 54 cavernas propícias à visitação. Graduado em Gestão Ambiental, o condutor afirma que começou a visitar as cavidades subterrâneas ainda adolescente. Autodidata, ele buscou os conhecimentos sobre as formações rochosas da região. “São mais de 15 anos visitando as cavernas. O que era apenas uma distração na adolescência virou uma forma de gerar renda de maneira sustentável”, afirmou.