OPINIÃO: Katia Abreu e a eleição suplementar: um desafio à altura da sua capacidade técnica e política

Em recente palestra sobre as mulheres e políticas públicas compartilhei minha frustação em, não raro, ser a única mulher sentada à mesa quando o assunto é política. Essa ausência das mulheres tem reflexo na distribuição do poder em nossa sociedade, principalmente nos Poderes Executivo e Legislativo. No Brasil, por exemplo, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, em 2010, tínhamos um percentual de 10,1% de mulheres eleitas deputadas estaduais e distrital, e em 2016 chegamos a 11.33%. Um crescimento de menos de 2% em 16 anos.

Além de ser frustrante, é extremamente penoso para aquelas poucas mulheres que decidem participar. Para Sheryl Sandberg, Executiva do Facebook,  as mulheres para ocuparem espaços de relevância na sociedade precisam mostrar suas realizações, ou seja, precisam ter currículo, pois são triplamente cobradas. Não basta ter apenas potencial, é preciso ter realizado feitos e serem reconhecidas por eles. Ainda assim, as mulheres enfrentam obstáculos que as fazem desistir da disputa política.

No entanto a teimosia e o sacrifício de algumas nos permitem ao menos reconhecer que o caminho para mudar esta realidade, passa pela nossa persistência e pela capacidade de mostrar à sociedade que estamos preparadas para governar.  E neste aspecto, o Tocantins vive um momento ímpar, pois temos a chance, nessa eleição suplementar, de eleger a senadora Katia Abreu, a primeira mulher a governar, de fato, o Tocantins por meio de voto.

Seus adversários, cientes de que não podem questionar o seu currículo e seus feitos, tentam desqualificá-la quase sempre alegando questões de cunho pessoal. Estratégia bem conhecida por todas as mulheres que participam da vida pública. Afinal, quando não se pode atacar a capacidade técnica e política de uma mulher, é preciso jogar baixo e atribuir a ela qualidades indesejadas e distorcer fatos de sua vida pessoal.

Ocorre que a senadora Katia é determinada e sempre respondeu às críticas com muito trabalho. Em seu currículo, estão feitos que a conceituam a galgar o cargo de governadora. Ela foi a primeira mulher a ocupar a presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) e a primeira mulher tocantinense a ocupar o cargo de ministra da Agricultura.

Katia é obstinada e, diferente de outros candidatos que vão iniciar a percorrer o Estado somente agora e em virtude da eleição suplementar, no mínimo há dois anos ela intensificou sua agenda nos municípios, com objetivo de construir um plano de governo que efetivamente atenda os anseios da sociedade para um mandato regular de quatro anos. Portanto, ela está preparada para governar, não somente durante este curto mandato tampão, mas também  durante os próximos anos.

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Com o conhecimento acumulado ao longo da vida pública, tenho a convicção de que ela está preparada para enfrentar tecnicamente problemas que afligem o Tocantins na área da Saúde, da Educação, da Segurança e da Agricultura, entre tantos outros temas que são caros para a promoção do desenvolvimento do Tocantins.  Apesar do período eleitoral curto, espero ansiosamente, que haja um debate entre os candidatos para que Kátia possa falar a cada eleitor tocantinense, que deseja, assim como eu, um governante técnico, que faça o que é certo e que refute qualquer tipo de conchavo político.

Como militante do PDT, jornalista e advogada, acompanho a Katia Abreu nesta estrada, desejando, que a sua ousadia e determinação influenciem mais mulheres a participarem da política. E que os homens nos tenham como aliadas e parceiras, pois não se trata de uma guerra entre os sexos, pelo contrário, precisamos da colaboração dos homens nessa caminhada, pois só assim a carga deixará de ser tão pesada. Que o sonho nos defina e que a coragem nos acompanhe sempre!

 

Gleidy Braga

Jornalista e Advogada

Especialista em Gestão e Políticas Públicas

Mestranda em Desenvolvimento Regional

Pré-candidata a deputada estadual