China pede demissão de Ernesto Araújo para liberar insumos de vacinas contra a Covid-19

O embaixador da China em Brasília, Yang Wanming, disse que o país pressiona pela demissão do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para liberar os insumos para produção das vacinas contra a Covid-19, Coronavac e de Oxford, no Brasil. As informações são do jornal Gazeta do Povo.

A China disse que as relações entre os países ficaram estremecidas após os ataques do chanceler contra o país asiático e pede, ao menos, um pedido formal de desculpas do governo brasileiro.

Wanming tem dito que apesar do país ter demorado para pedir os insumos, a China pode antecipar a entrega da matéria-prima para o imunizante.

Na última quarta-feira (20), representantes do país asiático participaram de reuniões com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e da Saúde, Eduardo Pazuello.

ATUALIZAÇÃO

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quer que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, mude de atitude em relação à China para tentar resolver o impasse da importação de insumos para a produção da vacina contra a Covid-19. As informações são da Folha.

O presidente tem exigido uma retomada dos diálogos com a China após saber em reunião nesta quarta-feira (20) que o chanceler havia suspendido as conversações com o país em março de 2020, quando o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente, publicou duras críticas ao embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming.

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À época, Eduardo Bolsonaro comparou a pandemia do coronavírus ao acidente nuclear de Chernobil, na Ucrânia, em 1986, acusando o país de esconder a propagação do vírus e colocando a China como a principal culpada pela pandemia.

Wanming respondeu diretamente ao tuíte de Eduardo Bolsonaro dizendo que “as duas palavras são um insulto maléfico contra a China e o povo chinês. Tal atitude flagrante anti-China não condiz com o seu estatuto como deputado federa, nem a sua qualidade como uma figura pública especial”, diz o embaixador, que também incluiu nas respostas o Araújo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e a conta institucional da Câmara.

Em outra publicação, também destinada a Eduardo Bolsonaro, Araújo e Maia, Wanming exige uma retratação pública do deputado e diz que manifestará sua indignação junto ao Itamaraty.

O chanceler brasileiro, que é amigo de Eduardo Bolsonaro, considerou graves as mensagens de Wanming, que deveria seguir o protocolo e procurar o Itamaraty ao invés de responder o deputado pelo Twitter.

Ainda assim, segundo a Folha, Bolsonaro reclamou da postura de Araújo em relação à China e, segundo assessores, apesar da posição ideológica, o presidente considerou que o ministério não deveria ter cortado diálogo com o país.