ELEIÇÃO DA AL: Toinho Andrade e Luana Ribeiro em briga de gente grande

A eleição da mesa diretora da Assembleia Legislativa do Tocantins acontecerá junto com a posse dos deputados no dia 1º de fevereiro. Dos 24 parlamentares com mandato, 16 se reelegeram e 8 são novatos.

Os bastidores da articulação que elegerá o novo presidente começaram a ganhar contorno ainda em dezembro de 2018, quando 4 deputados, Toinho Andrade, Luana Ribeiro, Vilmar Oliveira e Eduardo do Dertins eram cogitados para a disputa.

Os primeiros dias de 2019 foram de intensas movimentações para definir uma chapa forte e viável. O portal Tocantins Agora apurou que novata Claudia Lelis tentou formar um grupo de 10 deputados para iniciar com força a sua atuação, contudo não teve sucesso e ficou isolada assim como a candidata natural e atual presidente Luana Ribeiro, que é a maior surpresa, pois, mesmo com o poder de presidente não conseguiu reunir em torno de si votos suficientes para ser reconduzida ao cargo, mas luta para aglutinar o PT, Eduardo do Dertins, Claudia Lelis, Ivory de Lira e, improvável, mas pode conseguir também o apoio de Eduardo Siqueira, uma virada poderia acontecer a partir daí, Luana que é filha de João Ribeiro ainda pode colher do trabalho do pai que foi um dos maiores líderes políticos do Tocantins. O cenário segundo nossas fontes não é favorável.

Nos bastidores já é dada como certa a vitória de Toinho Andrade que é do mesmo partido do governador Mauro Carlesse e que além do peso e apoio tímido do Palácio Araguaia, também possui um personagem oculto que costura in off o afunilamento dos votos. Este personagem já teria conquistado 16 dos 24 votos: Léo Barbosa, Clayton Cardoso, Olyntho Neto, Valderez, Fabion, Ricardo Ayres, Vanda Monteiro, Vilmar e Amélio, nessa conta entraria os 5 deputados do MDB, Issam Saado e o próprio Toinho Andrade. É bom lembrar que o vice-governador Wanderlei Barbosa também atua nessa costura.

A certeza é que a polarização será mesmo entre Luana e Toinho.

OUTRO QUADRO

Muitos deputados estão descontentes com Luana Ribeiro, um parlamentar me afirmou que Ribeiro tem se movimentado com pouco tato político, mas tem sensibilidade e respeito com pares, rompendo paradigmas é ainda a primeira mulher que a presidir o legislativo tocantinense. Já no palácio, uma outra fonte afirma que o governo está com um pé atrás com a deputada, pois teria ficado uma rusga da campanha onde Carlesse teria deixado de cumprir compromissos com a parlamentar, desta forma, se Luana for reconduzida para a presidência poderia dar celeridade a um possível impeachment/cassação do governador assim que surgisse a oportunidade.

Luana poderia, com humildade e sabedoria, juntar em torno de sua candidatura aqueles deputados que estão magoados e feridos pelo Palácio Araguaia (que não são poucos). A aparente fraqueza de Luana, filha de João Ribeiro tem tudo para virar a mesa. Vários deputados estão contrariados com Carlesse desde os episódios com Olyntho Neto que ganhou a alcunha de porteiro do Palácio Araguaia. Em determinado momento surgiu o comentário de que todas as indicações para cargos no governo tinham que passar pelo crivo de Olyntho antes mesmo de chegar às mãos de Mauro Carlesse. Luana pode, com tato, usar deste expediente para reverter sua posição e chegar a vitória.

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Política é como uma nuvem!

Em tempos de empoderamento feminino a Assembleia poderia dar uma grande lição, já que terá pela primeira vez na sua história 5 mulheres com mandato.

O que está muito bem desenhado é que existe uma guerra entre Palácio Araguaia e Edifício João D’abreu (batismo do prédio da AL). Cabe ainda lembrar que Luana Ribeiro não votou o orçamento 2019, até aí, o único movimento que deu no tabuleiro do xadrez político.

Por falar em xadrez, o jogo desta eleição tem poucos peões, todos palacianos. Quem tem mais poder de articulação, Luana Ribeiro ou Wanderlei Barbosa? Eis aí as peças mais fortes e que no final do jogo terão dificuldades em voltar para a mesma caixa.

O governo precisa mostrar cara se quiser ganhar, precisa sair de cima do muro e se posicionar entre Toinho e Luana.

Para finalizar, um novo fator engrossa ainda mais o caldo. A incógnita Eduardo Gomes que foi o mais votado para o senado e pode assumir a liderança do MDB no Tocantins, isto se for confirmado sua filiação ao partido, tirando de Marcelo Miranda a liderança sob os emedebistas da Assembleia.

Será vitorioso aquele que tiver os pés no chão e saber diferenciar o poder do dinheiro.

Vale sempre a pena repetir que vencedores constroem pontes. Perdedores, paredes. O governador já deve entender que decisões têm consequências. Indecisões, mais ainda. Carlesse já tem maturidade suficiente para não entrar em guerras que não pode ganhar, do contrário levantará uma bandeira estúpida que lhe custará caro. (Stephson Kim)