Para se opor a Maia, PT articula bloco e admite até acordo com MDB antes considerado golpista

Os presidentes de PT, PSB e PSOL se reunirão nesta terça-feira (22) em Brasília para discutir a formação de um bloco de centro-esquerda para se opor ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), candidato à reeleição na Casa.

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O PT admite, até, fechar acordo com PP e MDB, a quem o partido fez oposição durante o governo Michel Temer.

“Não estamos negando conversa com ninguém. Os líderes têm se falado, mas, antes, queremos fechar um bloco forte com os partidos de centro-esquerda”, disse a presidente do PT, senadora e deputada eleita Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Nesta segunda (21), Gleisi se reuniu com os deputados federais Ivan Valente (PSOL) e Marcelo Freixo (PSOL), além dos petistas Paulo Pimenta e José Guimarães.

Nesta terça-feira, o PSB vai se reunir com os partidos. O PSB, assim como o PT, flerta com o MDB e PP.

O problema: o PSOL tem resistências e não quer se aliar ao MDB e ao PP, que também faz oposição a Maia.

Procurado, Freixo, que estava na reunião, confirmou a informação.

O PT e o PSB, no entanto, trabalham por um acordo mais amplo, incluindo MDB e PP. “Nós não temos resistência, é mais o PSOL mesmo. Nossa prioridade, primeiro, é montar um bloco forte de cinco partidos para nos posicionarmos na Câmara. O importante é que já tomamos a decisão de ser contra a candidatura de Maia”, disse Gleisi.

Além de PSB e PSOL, o PT quer convencer PDT e PcdoB a montarem o bloco. Gleisi disse que, nesta segunda, procurou o presidente do PDT, Carlos Lupi, para conversar.

O PDT já fechou apoio a Maia. A deputada federal eleita também procurou o comando do PcdoB, que quer apoiar Rodrigo Maia. “Acho importante estarmos juntos, ainda não sabemos quem vamos apoiar, o PSOL colocou o nome do Freixo, vamos ver o que diz o PSB”.

A reunião dos partidos de esquerda está prevista para as 11h30 desta terça-feira, segundo Gleisi.

Maia e PP

Do lado do PP e do MDB o nome colocado é o do deputado Artur Lira (PP-AL).

Maia trabalha junto à cúpula do PP para que o deputado retire a candidatura e o apoie.

No entanto, Lira afirma que é candidato, e que Rodrigo Maia recuou em acordos sobre espaços na Câmara – o que o atual presidente da Casa minimiza.