VAI E VOLTA: Carlos Amastha, dependendo da polícia, pode renunciar pela segunda vez?

Depois de brincar de desistir de ser candidato a governador, após ter sido indicado pelos convencionais, Carlos Amastha (PSB) refluiu e confirmou que permanece no páreo. Pelo menos por enquanto. Não à toa tem sido chamado de “Jânio Quadros do Tocantins”.

Segundo fontes, houve um verdadeiro “quiproquó” na reunião que praticamente lhe obrigou a permanecer na disputa. Caso não revisse seu posicionamento, o registro da chapa junto ao TRE-TO restaria comprometido e isso abalaria diretamente a chapa e os candidatos ao Senado, deputados federais e estaduais. Há notícias que o mais exaltado era o senador Ataídes Oliveira, que, dizem, só não foi às vias de fato com Amastha porque a “turma do deixa-disso” interferiu. De “moleque” e “irresponsável” para cima, uma série de impropérios foram lançados pelo senador tucano, candidato à reeleição.

Interesses partidários contornados, surgiram as especulações sobre os reais motivos do ex-prefeito ter pensado em desistir, mesmo porque a história de que, sem o PC do B e o PTB, a coligação era inviável “não colou”.

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Ora, se em abril o político renunciou à prefeitura da maior cidade do Estado, detentora de um orçamento anual bilionário, abre mão do foro privilegiado, com a finalidade de disputar as eleições de outubro, e, menos de 24h depois de ser aclamado, renuncia da indicação partidária, pode ser classificado como maluco? Não necessariamente. Mas sugere que não pensa no projeto político do grupo, e sim apenas nos interesses pessoais. É o que costuma ocorrer com outsiders, como Amastha.

O buraco é mais embaixo, é provável. É lógico que Amastha não estava de “birrinha” para que os dirigentes das siglas PC do B e PTB se solidarizassem e voltassem atrás. Quem coligou com PSDB, MDB e PR e vai gozar do tempo de TV dos três, além do fundo partidário, estaria mesmo preocupado com PC do B e PTB? Só um néscio — e não há inocência entre políticos — para acreditar nisso.

Suspeita-se de vários outros motivos. Mas não se pode afirmar nada antes que as possíveis provas sejam divulgadas. Entretanto, a “pulga atrás da orelha” do eleitor palmense é: será que a desistência de Amastha, após a convenção que o indicou no domingo, tem relação com os depoimentos colhidos pela Polícia Civil após prender o vereador Rogério Freitas (MDB), funcionários da Fundesportes e ex-servidores municipais, umbilicalmente ligados ao PSB?

A insana atitude trouxe, evidentemente, desgastes para o candidato pessebista, tanto entre os correligionários quanto entre os eleitores. Amastha passou recibo de que é temperamental demais e há desconfianças que esse comportamento poderia trazer sérios e irreparáveis prejuízos ao Estado do Tocantins, caso assumisse o Palácio Araguaia.