Meningite tipo B pode matar em menos de 24 horas, dizem médicos

Fala-se muito sobre várias doenças, mas pouco sobre a meningite. E hoje com a triste notícia da morte do pequeno Arthur, neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com apenas 7 anos, as pessoas se perguntam “Meningite ainda mata? Mata rápido assim?”.
A resposta é sim. Meningite bacteriana (tipo B) mata ainda nos dias de hoje. E de forma rápida. Menos que em décadas passadas, mas ainda leva muitas pessoas a óbito.

Há mais de uma forma de meningite. Na viral, a doença se apresenta de uma forma mais branda. Quando se trata da meningocócica, o quadro é de uma infecção bacteriana das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela é causada pela bactéria Neisseria meningitidis, que possui 12 tipos identificados, sendo que cinco deles são os mais comuns (A, B, C, W e Y). Na rede pública existe apenas a vacina que protege contra o tipo C, porque é o tipo mais comum.

“Como a cobertura vacinal da meningite C aumentou, o número de casos caiu. Mas, por outro lado, a incidência do meningococo B vem aumentando em São Paulo. O tipo de meningite prevalente varia a cada país. Nos Estados Unidos, o mais comum é o Y. No Chile e Argentina, tipo B. A prevenção é o melhor caminho, mas nenhuma vacina garante 100% que a pessoa não pode ter a doença um dia”, explica o infectologista Munir Ayub, do Comitê de Imunização da Sociedade Brasileira de Infectologia e professor de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC.

Alberto Chebabo, infectologista do Delboni Auriemo, laboratório da Dasa, afirma que a bactéria também pode causar pneumonia e sepse.

Importante ressaltar que a meningite meningocócica não é uma doença só de criança. Cerca de 10% dos adolescentes e adultos são portadores da bactéria e podem transmiti-la mesmo sem adoecer – chamados de portadores assintomáticos. O meningococo, bactéria que causa a meningite meningocócica, pode ser transmitido de uma pessoa para outra por meio do contato direto com gotículas respiratórias através de tosse, espirro e beijo.

“O risco de óbito nas primeiras 24 horas é alto. O pneumococo penetra pela via aérea, de uma pessoa a outra. E ela pode ficar assintomática em algumas pessoas e em outras causa quadros infecciosos como meningite, pneumonia e sepse”, completa Chebabo.

“Na rede privada existem vacinas contra os tipos B, W e Y”, diz Chebabo.

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“A meningite meningocócica é grave e de altíssima mortalidade. Mas acaba sendo mais grave em criança porque ela não tem muita defesa para esse tipo de infecção”, afirma a médica Natasha Slhessarenko, diretora médica do Alta Excelência Diagnóstica.

Sinais podem ser confundidos

Os sinais e sintomas iniciais da meningite meningocócica — incluindo febre, irritabilidade, dor de cabeça, perda de apetite, náusea e vômito — podem ser confundidos com outras doenças infecciosas.

Na sequência, o paciente pode apresentar pequenas manchas violáceas (arroxeadas) na pele, rigidez na nuca e sensibilidade à luz.

Se não for rapidamente tratado, o quadro pode evoluir para confusão mental, convulsão, sepse e choque, falência múltipla de órgãos e risco de óbito.

Os sinais e sintomas iniciais da meningite meningocócica — incluindo febre, irritabilidade, dor de cabeça, perda de apetite, náusea e vômito — podem ser confundidos com outras doenças infecciosas.

Na sequência, o paciente pode apresentar pequenas manchas violáceas (arroxeadas) na pele, rigidez na nuca e sensibilidade à luz.

Se não for rapidamente tratado, o quadro pode evoluir para confusão mental, convulsão, sepse e choque, falência múltipla de órgãos e risco de óbito.