Filhos de Jair Bolsonaro ficam longe de articulações na posse do novo Congresso

Foi com discrição que os dois filhos do presidente Jair Bolsonaro, o senador eleito pelo PSL do Rio Flávio e o deputado Eduardo, reeleito pelo partido em São Paulo, tomaram posse em suas cadeiras e acompanharam ontem as movimentações em torno das disputas pelas Mesas Diretoras do Congresso. Eles fugiram dos holofotes e ficaram longe das conversas e articulações dos líderes partidários para as eleições nas duas Casas.

No momento em que Flávio fez o juramento de posse no Senado, no final da tarde, pessoas gritaram no fundo do plenário “Queiroz”, sobrenome de Fabrício, ex-assessor dele na Assembleia do Rio investigado por movimentações financeiras atípicas apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Antes, o filho do presidente teve rápidas conversas ao pé de ouvido com os senadores Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL), ambos candidatos ao comando do Senado.

Pelo gabinete de Flávio Bolsonaro, no 17.º andar do anexo principal do Senado, passaram poucos militantes e deputados. Numa entrevista rápida a jornalistas, o senador foi questionado sobre o relatório do Coaf e decisão do ministro Marco Aurélio Mello, que devolveu a investigação para primeira instância.

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Marcelo Freixo (PSOL-RJ) denunciava na tribuna “riscos” sofridos pela democracia, Eduardo mantinha atento a conversas com colegas no plenário.

“Ele não participou de articulações, ficou mais quieto”, disse o deputado Fábio Ramalho(MDB-MG). Os aliados mais próximos também evitaram comentar a atuação discreta de Eduardo. “Pergunta pra ele”, disse, ríspido o líder do governo Major Vitor Hugo (PSL-GO).

A aliados, Eduardo disse que vai esperar a definição dos nomes da Mesa Diretora da Câmara para articular o apoio dos deputados ao projeto da reforma da Previdência que o governo enviará ao Congresso.