Escândalo do lixo hospitalar: Três da família Olyntho são indiciados pela Polícia Civil

A Polícia Civil finalizou o inquérito sobre o caso do depósito irregular de lixo hospitalar em Araguaína, no norte do Estado. O relatório final foi encaminhado pelo delegado Romeu Fernado de Carvalho Filho, para o Ministério Público Estadual (MPE) e de acordo com o documento, além do ex-juiz eleitoral e advogado João Olinto e seus filhos, Luiz Olinto e Rodolfo Olinto, foram indiciados os laranjas Ludmila Andrade de Paula, Waldireny de Sousa Martins e José Hamilton de Almeida.


Para a polícia, João Olinto não só tinha conhecimento do depósito, como foi um dos mandantes do despejo irregular de lixo hospitalar. Conforme apurado pela investigação, para que não houvesse ligação direta à família Olinto, os funcionários Ludmila, Waldireny e José Hamilton atuavam como “laranjas”.

Ainda conforme a polícia, Rodolfo Olinto, também filho de João Olinto, fazia parte de toda a ação quando assinava documentos falsos, dizendo que cedeu suas cotas sociais da Sancil e da Teruak para as investigadas Ludmila e Waldireny. Assim, sendo responsável pelo crime de falsidade ideológica.

João Olinto Garcia de Oliveira e Ludmila Andrade de Paula foram indiciados por associação criminosa, falsidade ideológica e por três crimes ambientais. Seu filho, Luiz Olinto foram acusados por associação criminosa, falsidade ideológica, por três crimes ambientais e por fraude processual, já Rodolfo Olinto por falsidade ideológia mesmo crime de Waldireny de Sousa Martins e José Hamilton de Almeida.

As empresas Agromaster S.A, Sancil Sanantônio Construtora e Incorporadora LTDA, Teruak Bioenergia LTDA, Pronorte Empreendimentos Rurais LTDA foram indiciadas por crime ambiental.

Por ter foro privilegiado, o deputado estadual Olyntho Neto deve ser alvo de outro inquérito instaurado pela Polícia Civil. Duas empresas em nome do parlamentar estão registradas no endereço, mas ele negou ser o proprietário do galpão.

João Olinto e Luiz Olinto (esq.) (pai e irmão de Olyntho Neto) são investigados no escândalo do lixo hospitalar — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

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Entenda o caso

A “Operação Expurgo” começou após uma denúncia anônima, no dia 7 de novembro de 2018 agentes quando da Sedema, Demupe, Defesa Civil e Vigilância Sanitária, com apoio da Polícia Militar, foram até a sede da empresa Agromaster S.A que pertence ao deputado estadual Olyntho Neto e encontraram toneladas de lixo hospitalar depositada de forma indevida em um galpão.

Paulo Pereira Silva foi vigia do terreno onde estava depositado o lixo hospitalar e em depoimento, disse que trabalhava para João Olinto Garcia de oliveira e destacou que há quase três meses, teve início uma movimentação de caminhões no local.

Os lixos vinham de diversas Unidades de saúde do Estado como Hospitais Regionais de Araguaína, Porto Nacional e Gurupi. A empresa Sancil Sanantônio Construtora e Incorporadora LTDA passou a ser investigada pelo transporte do material hospitalar.

Para a polícia, o que também chamava atenção no caso é que o advogado João Olinto já havia pertencido ao quadro societário da empresa Sancil e o nome de Ludmila Andrade de Paula, a responsável pela autorização da entrada dos caminhões de lixo, sendo funcionária de João Olinto. Ludmila tinha sido citada em depoimento pelo vigia Paulo Pereira Silva.

Após depoimento de dois motoristas, foi confirmado que Luiz Olinto, filho do investigado João Olinto, era o proprietário da Sancil. Ludmila, também recebeu R$ 99.000,00 (noventa e nove mil reais), valor que é incompatível com sua condição financeira, assim foram declarados como fraude a transferência de cotas sociais da empresa Teruak Bioenergia LTDA.

Repercussão

O caso que virou manchete nacional ganhou ainda mais repercussão no dia 16 de dezembro, quando foi publicado no Diário Oficial do Estado a exoneração do delegado regional de Araguaína, Bruno Boaventura, que deflagrou a ‘Operação Expurgo’ para investigar o escândalo. Mobilizaçãos tanto populares quanto da própria categoria que representa a classe de policiais civis foram registradas como ato de desaprovação contra a decisão do Estado acusando o governo de agir por motivação política.