Mulher e protagonista da sua história

“Já passei e conquistei muitas coisas nessa vida e olhando para trás, fazendo um balanço mesmo, eu fui e sou protagonista da minha história” afirma Osvaldina Alves, 38 anos, mais conhecida como Dina, servidora da Secretaria da Administração. Foi com esse olhar mais atento sobre sua trajetória que conversamos a respeito do protagonismo da mulher, neste 8 de março.

Desde de cedo, Dina teve que aprender a tomar decisões na vida, criada numa fazenda, no município de São Félix do Tocantins, filha mais velha de 7 filhos, perdeu sua mãe logo aos 19 anos. “Acho que isso me fez desenvolver um senso de responsabilidade muito forte, o que hoje reflete em tudo que faço, principalmente no trabalho” afirma.

Olhando para o cenário de pobreza na região do Jalapão daquela época, buscou alguma perspectiva de futuro saindo dali. Chegou em Palmas em 1998, onde começou a estudar e trabalhar. “Imagine o choque cultural que tive? Eu não conhecia coisas básicas como televisão e geladeira” conta rindo, ao se lembrar do susto do primeiro contato com as máquinas.

“Quando a gente sai da bolha, o nosso olhar se abre pra todas as possibilidades, né?” relembra quando começou a entender que através da educação ela poderia transformar a sua realidade, e mais, ser pioneira para um novo contexto na sua família. Aos poucos, trouxe alguns irmãos para Palmas incentivando-os também a estudar. “Foi o senhor Abdiel Ferreira Nunes, que nos orientou e nos deu suporte para podermos ter um futuro diferente” conta com uma expressão agradecida sobre todo o apoio que recebeu dele e da família Ferreira Nunes.

Depois de se formar no ensino fundamental, não parou mais de investir em si. Chegou ao ensino superior, graduando-se em Serviço Social e depois pós-graduando em Gestão em Serviço Social e Políticas Públicas. “Nunca parei de sonhar, hoje estou terminando um curso técnico de enfermagem, porque quero ser instrumentadora cirúrgica” conta empolgada. “Quando eu tinha 10 anos escutei no rádio uma história sobre um médico e como ele salvava vidas, é impressionante como aquilo ficou marcado em minha mente. Eu queria ser médica! A instrumentação cirúrgica é o mais próximo da medicina que posso chegar hoje. Falo, hoje, porque o sonho ainda está guardado aqui no peito e percebi que ainda pode se tornar realidade”.

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O protagonismo dessa história começa com a escolha e a coragem de apostar em si, ultrapassando a barreira do analfabetismo e acreditando que conseguiria. Ela conta que, mesmo nos momentos de maior dificuldade, não quis desistir, e de tudo que viveu consegue tirar uma lição. “A humildade leva a gente mais além, nunca me esqueço de onde eu saí e de quem me ajudou, eu reconheço que Deus esteve a minha frente em toda essa trajetória, colocando as pessoas certas no meu caminho” fala, ao lembrar de tudo que aprendeu e aprende trabalhando com a equipe da Secad.

Fazendo uma reflexão, para Dina, ser mulher é “saber o seu papel e ter essa consciência. E isso não é fácil” ressalta. Além disso, ela acredita que ainda existe uma cultura naturalizada dentro da sociedade que impede que a mulher esteja em pé de igualdade. “A mulher não pode mais ficar à margem” diz.

 

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Ascom/Governo do Tocantins

Angélica Lima/Governo do Tocantins