EDITORIAL: Precisamos falar sobre Feira Segura no Tocantins

A vida de Matilda Ribeiro Aires, 38, mudou. Filha de feirantes também agricultores, o burburinho da grande movimentação de pessoas entre barracas cheias de verduras e frutas esteve na sua rotina desde os sete anos, quando começou a frequentar a feira livre de Dianópolis – município do sudeste tocantinense, 350km da capital, Palmas – acompanhando sua família, até 18 de março daquele 2020, data em que as feiras começaram a ser suspensas. Matilda, que seguiu a profissão dos pais, nunca imaginou que esse ambiente tão familiar passaria por alterações drásticas em pouco tempo. Com a pandemia da covid-19, ela deixou de montar sua barraca e agora tem que lidar com os novos modelos de comercialização, a perda de produtos e o medo de contaminação pela doença.

Agricultura familiar, está comprovado em diversos estudos técnicos, garante 70% da mesa do brasileiro. Nas pequenas propriedades tocantinenses, estão inúmeras famílias agricultoras, que representam 42% dos estabelecimentos rurais que comercializam seus produtos, essas famílias têm valor de produção de até R$ 5 mil por ano, numa média também já estudada, ou seja, renda de pouco mais de R$ 400 por mês. Esse é o universo de produtores da agricultura, são famílias que estão na pobreza ou abaixo dessa linha.

Histórias como a de Matilda de Dianópolis, se repetem nos municípios do Tocantins em que as feiras livres constituem parte importante da economia local, situados sobretudo no interior. São nos estandes montados nesses espaços que muitos pequenos produtores rurais comercializam o que plantam e produzem. No entanto, a aglomeração e o contato constante em pessoas e nas mercadorias expostas, que fazem parte da dinâmica das feiras, as tornaram praticamente incompatíveis com esse momento de pandemia.

Há uma solução que vem sendo explorada no Tocantins: As “Feiras Seguras”, um novo formato que garante aos agricultores familiares escoar suas produções seguindo protocolos de distanciamento, higienização das mãos, uso de máscaras, treinamento e estruturas diferenciadas que garantem e reforçam a segurança dos feirantes e dos fregueses.

A primeira experiência de feira segura aconteceu em um município de Minas Gerais, já no mês de maio de 2020, pouco mais de um mês depois que o cerco da pandemia e seus isolamentos iniciaram. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) aprovou a iniciativa e, inclusive, em parceria com o sistema SENAR lançou uma cartilha da feira segura. Com 37 páginas, o documento segue as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e traz dicas para organizar e comercializar produtos alimentícios nos sistemas convencional e drive thru, com intuito de escoar a produção agropecuária fresca e garantir alimento de qualidade à população brasileira.

Senador Eduardo Gomes garantiu recursos para municípios realizarem o novo formato de feiras populares

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O senador e líder do governo Bolsonaro no Congresso, Eduardo Gomes fez o empenho de uma emenda impositiva de sua autoria no valor de meio milhão de reais, o recurso foi destinado para a Federação da Indústria e Pecuária do Estado do Tocantins (FAET) que é responsável por administrar a realização do formato seguro das feiras livres em seis cidades do Estado. Araguatins, Almas, Gurupi, Aliança, Arraias e Miracema que são as primeiras cidades a realizarem a experiência inovadora.

O recurso já está pago, na conta da entidade e as feiras estão acontecendo a cada final de semana nas seis cidades iniciais.

O projeto piloto “Feira Segura”  recebeu menção em publicação internacional, parabenizando o país pela inédita iniciativa em meio à pandemia e que não freou o escoamento das produções da agricultura familiar.

O senador Eduardo Gomes fez a sua parte e foi o primeiro parlamentar brasileiro a destinar recursos através de emenda parlamentar impositiva ao projeto, recurso que amparou e socorreu os pequenos produtores tocantinenses que puderam continuar a comercialização de produtos alimentícios, garantindo a manutenção de suas rendas familiares frente à pandemia e consequentemente o abastecimento dos consumidores com produtos frescos e naturais.

 

Haja o que houver,

Kim Nunes – editor.