PARALISAÇÃO: IFTO de Dianópolis tem corte de 34,9% em investimentos do Governo Federal | Serviços terceirizados podem ser afetados

Reitores de universidades federais, centrais sindicais e organizações estudantis convocaram uma paralisação nacional nesta quarta-feira, 15, em todo país contra o governo de Jair Bolsonaro. Estão programadas atividades em várias cidades do Tocantins, durante a manhã e à tarde. Em Brasília a Força Nacional realizará um esquema especial de segurança em frente ao edifício do Ministério da Educação (MEC).

A causa principal dos protestos é o bloqueio de 5% do orçamento anual do MEC, R$ 7,4 bilhões de um total de R$ 149 bilhões. Nas universidades públicas o congelamento de gastos atingirá 3,5% do orçamento de cada instituição, das chamadas verbas “não obrigatórias”. Caso “a reforma da Previdência seja aprovada e entre dinheiro em caixa”, afirmou o ministro da Educação Abraham Weintraub, o dinheiro será desbloqueado.

Em Dianópolis pela manhã desta quarta-feira, estudantes e profissionais em educação do Instituto Federal realizaram, além da paralisação uma manifestação que percorreu a Avenida 7 de Setembro e se concentrou na praça central Francisco Liberato Póvoa.

O portal Tocantins Agora acompanhou a manifestação, ouvindo in loco alguns de seus participantes. Em entrevista à reportagem o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Tocantins (Sintet) Jailton Alves Pereira (Prof. Jota Pereira), afirmou que “a grande importância do ato hoje é que esse movimento acontece nacionalmente, são todos os envolvidos em educação que estão unidos em todo o país contra uma atitude do governo federal que reduziu as verbas para a educação”. Informou. Confira a baixo o áudio de sua entrevista;

 

O portal Tocantins Agora também ouviu o professor da área de sociologia do Instituto Federal, Stânio Vieira revelou à reportagem que o impacto na regional está em torno de 34,9% a menos do orçamento do IF apenas no Campus de Dianópolis. Outro dado surpreendente que assusta e preocupa segundo Stânio, é que o Instituto possui uma “condição financeira até o mês de setembro, depois deste mês, se nada for feito ou revisto, terá que ser tomada medidas drásticas como consumo de energia, água e dispensa dos serviços terceirizados, na área de limpeza e segurança”, disse Vieira. Confira a fala completa do professor;

 

Contra Bolsonaro, estudantes protestam e mostram estudos científicos

-- Publicidade --

Diversos estudantes do Instituto Federal de Dianópolis presentes na manifestação exibiam cartazes com palavras de ordens, também expuseram na praça que concentrou o movimento diversos banners que apresentavam trabalhos científicos de robótica e outras áreas, projetos importantes que já levaram estudantes a participar de congressos nacionais e internacionais. “Em nosso Campus não existe balburdia, como disse o Ministro (da Educação Abraham Weintraub), existe muito sacrifício, doação e empenho dos estudantes que são, em sua maioria, pessoas de famílias simples e de baixa renda que buscam no estudo uma forma de transformar a realidade de suas famílias”. Disse um estudante que preferiu não ser identificado.

Centro Acadêmico de Engenharia Agronômica

Bruno Oliveira, presidente do Centro Acadêmico de Engenharia Agronômica do IFTO Campus de Dianópolis

O portal Tocantins Agora entrevistou o estudante e presidente do C.A. de engenharia agronômica Bruno Oliveira, o representante dos estudantes informou que a paralisação nacional foi definida em assembleia geral. “Esta manifestação de hoje acontece não em um dia aleatório, mas em um dia simbólico e importante, o Dia Nacional da Educação. O governo federal ao cortar 30% dos recursos em todo o país, coloca a educação como um custo e não como um investimento, desta forma, nós do IFTO de Dianópolis, através de entidades como o Grêmio Estudantil, os Centros Academicos de Licenciatura e Engenharia Agronômica, estudantes e professores, decidimos aderir à paralisação, viemos a rua para mostrar à comunidade o que está acontecendo e como poderemos ser impactados diretamente com este corte”. Disse Bruno Oliveira.

Ainda de acordo com o estudante e presidente do centro acadêmico, a instituição federal da região já é considerada precária pelos próprios governos, mas que é de suma importância para o desenvolvimento da comunidade local. “Cada valor a menos investidos em educação, são valores que refletem diretamente no desenvolvimento da cidade, prejudica o conhecimento científico e impacta o futuro, a economia e a mão de obra qualificada”. Argumentou Bruno.

“O instituto Federal do Tocantins – Campus de Dianópolis, não é só uma instituição em que meramente alunos estudam, naquela estrutura se constrói profissionais, se constrói pessoas e capacidades buscando desenvolvimento e transformação de realidades”. Finalizou Oliveira.

Galeria de imagens da manifestação