Deputado quer evitar que curso de Medicina forme negacionistas

O deputado José Roberto Lula (PT) defendeu em sessão da Assembleia
Legislativa do Tocantins (Aleto) realizada na manhã desta quarta-feira,
23, convite ao corpo técnico que estrutura a instalação do curso de
Medicina no Campus da Unitins de Augustinópolis. A finalidade do
diálogo, segundo o parlamentar, é evitar que sejam formados médicos que
negam a ciência, conforme presenciado no momento no país.

Zé Roberto fez uma análise do que vem ocorrendo durante a pandemia do
novo coronavírus, que já matou mais de 500 mil brasileiros. “Em função
das orientações que negam a ciência produzidas pelo ministério paralelo,
que oferece ações não-oficiais ao presidente Jair Bolsonaro, chegamos a
números tão altos de vítimas fatais da Covid-19.

Conforme divulgado pela imprensa nacional, o denominado “ministério
paralelo” prega o tratamento precoce da Covid-19 com medicamentos sem
comprovação científica, defende a chamada “imunização de rebanho”, é
contra o uso de máscaras e o distanciamento social. Além de tudo, tem
demonstrado menosprezo pela eficácia da vacina contra o Sars-CoV-2.

O deputado considerou inadmissível que milhões de recursos públicos
oriundos de emendas parlamentares sejam investidos em um curso de
fundamental importância para formar especialistas contra a ciência e que
pregam práticas prejudiciais à vida humana.

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“A grande maioria dos médicos do país é ética, segue critérios
científicos e cumpre seus juramentos, mas uma parcela mostrou a cara
nessa pandemia, colaborando com a mortandade que foi muito além, se
comparada a uma realidade embasada na ciência”, apontou o deputado.

Zé Roberto lembrou que não existia nenhum médico infectologista no
chamado “gabinete paralelo”, o que desqualificava ainda mais as ações do
grupo. Também defendeu o trabalho dos médicos cubanos que já prestaram
serviços ao Brasil. “Esses profissionais poderiam estar ajudando a
população neste momento de crise sanitária, mas foram desprezados pelos
últimos governos brasileiros’, concluiu.

 

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Elpídio Lopes
Clayton Cristus