TSE vai ouvir jornalistas da Record em ação de inelegibilidade de Bolsonaro

O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Jorge Mussi autorizou depoimentos de testemunhas arroladas pelo PT na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) no Tribunal Superior Eleitoral que pede a inelegibilidade do presidente Jair Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, diante de suposta utilização indevida dos veículos e meios de comunicação do grupo Record, de Edir Macedo.

Serão ouvidas seis pessoas no dia 15 de maio, entre elas, o jornalista da emissora Eduardo Ribeiro, que entrevistou o então candidato à Presidência no mesmo dia em que ocorreu debate com demais presidenciáveis, Luciana Barcellos que é ex-chefe de redação do jornal da Record.

Também falarão ao TSE o editor executivo Leandro Demori e o fundador do The Intercept Brasil Glenn Greenwald, site que publicou reportagem sobre orientações da Record para cobertura da campanha, além de Paulo Zocchi, presidente do Sindicado dos Jornalistas profissionais no Estado de São Paulo.

O ministro negou pedido para que integrantes da cúpula da Record e envolvidos no processo prestassem depoimentos presenciais, entre eles o dono da emissora Edir Macedo e o ex-vice-presidente de jornalismo Dougals Tavolaro.

-- Publicidade --

Os depoimentos de testemunhas têm previsão legal nesse tipo de processo. O caso ainda está na fase de instrução processual e não há prazo para ser julgado.

Em sua defesa, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o encerramento do caso, diante da “imprestabilidade das provas apresentadas e a ausência de justa causa para a ação”. Edir Macedo também se manifestou pela rejeição do processo com a “total improcedência da ação, por ausência de gravidade da conduta”.

O argumento do partido é suposto tratamento privilegiado que o grupo Record, por meio de seu canal de televisão aberta, site de notícias e perfis em redes sociais, concedeu ao candidato Jair Messias Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018.

O próprio Edir Macedo chegou a declarar apoio público a Bolsonaro no dia 29 de setembro. O texto cita entrevista exclusiva veiculada pela Record no dia 4 de outubro, mesma data de debate entre os presidenciáveis em outro canal, também é citada na petição. No total, a Rede Record concedeu apenas ao candidato Jair Messias Bolsonaro mais de 40 minutos de entrevista exclusiva em sinal aberto.

A ação sustenta ainda que matérias negativas sobre Bolsonaro estavam vetadas, além de “encomendas”, com ataques a candidatos opositores, como Ciro Gomes.