Suspensão de incentivos fiscais a frigoríficos repercute na Assembleia

A suspensão de incentivos fiscais para frigoríficos na última
segunda-feira, 30, foi o principal assunto discutido pelos deputados na
sessão desta quinta-feira, 3. A decisão do Governo, por meio da Portaria
1.216 de 2019, surpreendeu o setor de carnes no Tocantins e repercutiu
nesta Casa de Leis devido à preocupação dos parlamentares com o impacto
negativo da medida na economia, podendo, segundo eles, afetar empregos e
provocar o aumento do preço da carne no Estado.

Ao lamentar possíveis consequências do ato do Governo, o deputado Nilton
Franco (MDB) pediu a revogação da portaria. “A elevação da carga
tributária dos frigoríficos vai afetar toda a população que consome
carne e trazer prejuízos aos pecuaristas, ao setor de abate e à produção
de carne, além de colocar em risco o emprego de muitos trabalhadores”,
argumentou.

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Elenil da Penha (MDB) também defendeu a suspensão da portaria, e
criticou a falta de diálogo entre o Governo e o setor produtivo. “Não
podemos deixar de refletir sobre um ato que pode trazer sérias
consequências à economia do nosso Estado. Estamos falando de um setor
que gera 2.500 empregos diretos só em Araguaína, 60 mil no Estado e 30
mil pessoas afetadas diretamente com essa medida”, frisou.

Para o deputado Júnior Geo (PROS), romper acordos de incentivos sem um
entendimento com o setor pode gerar insegurança jurídica no Estado e
afastar investidores. “Essa situação gera um problema socioeconômico,
pois com a redução de empregos na iniciativa privada a população tende a
depender ainda mais do setor público, e deveríamos fazer o contrário”.

Líder do Governo na Casa, Gleydson Nato (PHS) esclareceu que o ato tem o
objetivo de corrigir as disparidades entre os setores. “O Governo está
revendo acordos feitos pelas gestões passadas que trouxeram prejuízos à
economia e injustiça entre os setores. A intenção não é aumentar
impostos nem promover o desemprego, mas continuar gerando crescimento
econômico, emprego e renda. Por isso, o Governo vai sentar e dialogar
com as classes empresariais para discutir uma solução justa, que garanta
o desenvolvimento do Estado”, justificou.