EDITORIAL: Eterno, onde está Siqueira Campos?

Siqueira Campos tem uma das histórias mais bonitas que um ser humano pode construir. Foi líder visionário, acreditou e lutou por um sonho mesmo quando todos diziam que o Tocantins estava fadado ao fracasso.

O poeta gaúcho Mário Quintana, que nos deixou em maio de 1994, aos 87 anos, pediu que escrevessem o seguinte epitáfio na sua tumba: “eu não estou aqui”.

Essa história foi lembrada pelo professor Mário Sérgio Cortella durante uma palestra e dá margem a várias reflexões.

Escolho uma que mais se identifica comigo: a de que nem ele, Quintana, e nem os que transformaram vidas em seu tempo, e deixaram, através de suas obras, o nome escrito na eternidade, foram para o outro plano terminando toda uma história ali, reclusos num jazigo.

Naquele lugar sucumbiu um corpo físico.  A alma segue aprendendo em algum lugar, afinal, “há muitas moradas na casa do meu Pai”.

Esse preâmbulo é para, nesta segunda-feira, Missa de Sétimo Dia em memória de José Wilson Siqueira Campos, reverenciar com humildade e simplicidade, a sua vida que foi incomensuravelmente dedicada ao Tocantins. Homem que mudou não só a paisagem de uma região, mas o destino de um povo.

Onde está Siqueira Campos?

O professor Mário Sérgio Cortella, em seu livro “Viver em paz para morrer em paz”, há a seguinte pergunta:

“Se você não existisse, que falta faria? Tem gente que faz uma falta imensa, por exemplo, alguém que nos criou, enquanto há outras pessoas que não fazem falta alguma. Tem gente que não poderá ir a uma festa de Natal, por indisponibilidade ou porque já morreu, e faz uma falta imensa, enquanto há outras pessoas, vivas ou não, que não poderão ir a essa mesma festa, gerando uma grande alegria com sua ausência.

Ainda no livro de Cortella, o professor lembra uma outra frase do poeta Mário Quintana: “Morrer é ser esquecido! ”

Explico: Só há um jeito de ficar: fazendo falta.

Morrer é ser esquecido. Você só não é esquecido quando faz falta. Enquanto alguém se lembrar de você, derramar uma lágrima sentindo sua falta, der risada por algo que você fez e que ele relembrou, lembrar-se da sua obra, que se construiu em vida.

No cemitério, há túmulos abandonados, caídos e malcuidados, então, a pessoa naquele caixão de fato morrera. Por outro lado, enquanto alguém permanecer com o outro na memória, coração e recordação, este continua vivo.

Há pessoas que morrem mesmo estando vivas, pois são banais, fúteis e inúteis, não fazendo falta.

Só há um jeito de fazer falta: sendo importante, mas não no sentido de ser famoso. Tem muita gente que é importante, e não tem a menor fama, enquanto há gente famosa que não possui a menor importância.

A pessoa importante é aquela que faz falta, por exemplo, no presente momento tem uma auxiliar de enfermagem num hospital da prefeitura de um estado auxiliando alguém que está em coma há três meses – essa profissional é absolutamente importante.

Siqueira Campos tem uma das histórias mais bonitas que um ser humano pode construir. Foi líder visionário, acreditou e lutou por um sonho mesmo quando todos diziam que o Tocantins estava fadado ao fracasso.

Pergunto novamente: Onde está Siqueira Campos?

A fama possui seus momentos de pico e passa, mas a importância fica.

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E a importância você constrói onde está, seja na família, no governo, na escola.

Uma pessoa importante é aquela que fica nos outros, que é levada para dentro do coração dos outros. Importar é portar para dentro.

A tarefa do poder é servir. Todo poder que se serve ao invés de servir é um poder que não serve.

A gestão e a liderança de Siqueira Campos sempre estiveram a serviço da ética da decência, transformando vidas e, ainda vivo ganhou do povo o nome de ETERNO Governador.

Por que Siqueira Campos é Eterno?

– Porquê ele está em nós!

Onde está Siqueira?

– Está no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que hoje tem a 13ª posição entre os estados federados. Está na redução do analfabetismo de 24% para 7% da população acima de 15 anos (que é hoje superior ao estado de Goiás). Está na ousada epopeia de construir, a partir do nada, de um sertão, a última capital planejada do século XX. Está nos Pioneiros Mirins que hoje, adultos, estão espalhados nas mais diversas profissões, muitos em posição de destaque, seja no poder público, seja na iniciativa privada.

Trago novamente o poeta do início deste editorial.

O poeta Mario Quintana, que escrevia à mão, deixou um caderno onde estava escrito a sua escolha para seu epitáfio, parece uma piada, mas não é!

Mario Quintana mandou escrever no túmulo dele: “Eu não estou aqui”.

Onde estão Mário Quintana e Siqueira Campos?

– Estão em nós. Eternizados em nós, pois, os portamos para dentro, pois importantes são para nós.

A única forma de ser eterno é morar no coração de alguém. O local do sepulcro é apenas um símbolo.

 

Siqueira Campos vive em nós!

 

Haja o que houver,

Kim Nunes – Editor