EDITORIAL: “O admirável mundo de Cinthia Ribeiro”

Sim, existe um mundo imaginário que só funciona ou existe na cabeça da prefeita de Palmas Cinthia Ribeiro do PSDB.

A prefeita de Palmas, acostumada a dançar conforme a música, tem surpreendido por seus últimos descompassos. Eu até usaria um termo de escritores que me antecederam que ela domina o que se chamava de “samba do crioulo doido”, expressão utilizada para pressupor desordem, bagunça, confusão, mas que, com o advento do vulgar politicamente correto destes tempos, é melhor não usar.

Indago então que Cinthia está “atravessando o samba” coordena um desfile sem harmonia com sua bateria,

Colecionadora de ações na justiça contra jornalistas, blogueiros, ativistas sociais e qualquer pessoa com personalidade que discorde dela, há quem valorize o paradoxo de sua posição de bênção e da maldição de seu suposto privilégio, vejamos:

 

Na semana passada vazou, numa conversa que deveria ser supostamente ‘in off’ uma fala em que a prefeita de Palmas disse [sic] “Nosso candidato está filiado no PSDB há mais de três anos”. Disse Cinthia Ribeiro no que foi publicado pelo site Gazeta do Cerrado, em primeira mão.

 

Dito isso, repito, Cinthia vai na frente do desfile destoada de sua bateria que a segue atrás, bem atrás. Com essa frase a prefeita quebra por completo o que se via nos bastidores;

1 – Acordo com o governador em que Paço e Palácio teriam o mesmo candidato, com olhos para as eleições de 26 nas duas cadeiras do senado.

2 – Júnior Geo, para quem não notou já segue abandonado, se havia construção de acordo, este era extremamente volátil. Geo afirmava já ter apoio de seis deputados entre estaduais e federais.

3 – Na mesma fala, Cinthia destrói pontes com outros pré-candidatos à prefeitura de Palmas – Vanda Monteiro, Ricardo Ayres, o próprio Geo, Eduardo Siqueira Campos, Carlos Amastha. A fala aprisionou a senhora Cinthia Alves Caetano Ribeiro Mantoan numa ostra, fazendo política com o mesmo estômago do animal que representa seu partido.

Vale lembrar que em recentes movimentações fora da capital, o PSDB de Cinthia já hipotecou apoio total à reeleição do prefeito de Araguaína Wagner Rodrigues, onde, até as pedras sabem, não será uma campanha fácil, já que o prefeito da capital econômica também vive no mesmo tipo de “admirável mundo”.

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Volto à frase de que o candidato de Cinthia já tem três anos de PSDB.

Mas quem seria esse nome, seria viável, competitivo, posicionado em pesquisas? Este editor acredita que não, e até indago que Cinthia joga para plateia, sorrindo e atravessando o samba de sua própria escola. Minha opinião neste cenário é que, para o primeiro turno, a prefeita de Palmas apenas adia a revelação de seu verdadeiro apoio, devendo lançar um “boi de piranha” para mascarar sua identidade real nestas eleições de 2024.

Não sabemos que nome é esse com três anos de PSDB. Mas posso lembrar que neste quadro se encaixam cinco nomes com mandato na Câmara de Palmas: Major Negreiros, o presidente Folha, Eudes Assis, Jucelino Rodrigues e Waldson da Agesp.

 

É de se imaginar que não é qualquer um que vai entender as nuances do ecossistema simbiótico que ainda permite prosperar o poder de Cinthia Ribeiro, apesar disso, com data de validade para vencer.

 

É PRECISO LEMBRAR DE NÃO ESQUECER

Nas eleições de 2020, os grupos políticos se valeram, de alguma forma, a se posicionarem de forma que a reeleição de Cinthia Ribeiro se tornasse viável, naquele momento quanto mais chapas fossem lançadas, matematicamente, Cinthia é quem se beneficiaria, a leitura é que muitos que se lançaram, ajustaram suas expectativas a favor da reeleição da prefeita, que cabe lembrar de não esquecer, não teve maioria absoluta dos votos válidos, naquele ano eram pouco mais de 127.593, destes a senhora Mantoan levou apenas 46.243 ou 36,24%.

 

Espero que a prefeita não me processe também por escrever este editorial. Conheço sua grande forma de expressão, até vejo como um certo tipo de reconciliação com suas identidades dualísticas e que reconhece sua beleza político-irônica no que é maligno.

 

Mas caso a prefeita decida me processar, que seja, não há mesmo por que banir a subjetividade da escrita, já que a terceira pessoa e sua pretensão à neutralidade e à acuidade não são, em si, garantia de absolutamente nada.

 

Haja o houver,

Kim Nunes – Editor chefe.