Na última quarta-feira, 16, a padaria Aveiro, na zona sul de São Paulo comunicou a mudança de nome do bolo ‘nega maluca’ para ‘afrodescendente’. De acordo com publicação divulgada nas redes sociais, em agosto do ano passado, o estabelecimento recebeu um ofício do Sindicato dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo, da Associação dos Industriais e do Instituto de Desenvolvimento de Panificação e Confeitaria. Nele, a instituição pedia para “se atentar aos novos comportamentos sociais”.
“Nomes tradicionais antes vistos com simpatia não são mais aceitos e podem gerar constrangimento e acusações de crime racial, machismo, preconceito. Recomendamos a nossos associados a tomarem cuidado com nomes de produtos que podem ser mal interpretados” disse o sindicato em comunicado à Aveiro, que informou, em suas redes sociais, ser um lugar democrático, sem espaço para racismo.
O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, fez um post nas redes sociais com a foto do doce no intuito de ironizar o assunto.
“Querem criminalizar bolos. Isso precisa acabar”, escreveu Camargo em um primeiro post. “Temos uma relação de afeto com esses doces. Fazem parte das nossas vidas. Basta de tanto mimimi. Ninguém aguenta mais” completou o presidente da Palmares.
O Sindicato das Padarias de São Paulo está perseguindo, implacavelmente, o bolo Nega Maluca. Também estão na mira da patrulha politicamente correta a Maria Mole, Teta de Nega e Língua de Sogra. Querem criminalizar bolos.🤦🏽
Isso precisa acabar! ⬇️ pic.twitter.com/GrcWAwgg9M— Sérgio Camargo (@CamargoDireita) March 16, 2022
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Com informações do jornal O Globo